The Reader conta a história de Michael Burk, um jovem de 15 anos que conhece uma mulher mais velha enquanto está a vomitar. Michael e Hanna acabam por ter um caso amoroso com tanto sexo como sessões de leitura. Hanna Schmitz (Kate Winslet) além de ser meio-pedófila é também analfabeta. Um dia, foge de Michael e decide candidatar-se a um emprego como guarda num campo de concentração nazi. Michael, agora estudante de Direito, volta a revê-la mais tarde quando esta está a ser julgada por crimes de guerra. Hanna não quer passar pela humilhação de revelar em tribunal que não sabe ler e acaba com uma sentença de prisão perpétua.
Posto isto, tenho dificuldades em entender como é que The Reader está nomeado para "Melhor Argumento Adaptado". Assentava-lhe que nem uma luva era a nomeação para "Argumento Original".
A propósito, tenho aqui uma ideia para um filme. Já ando a trabalhar na estória quase há 5 minutos e a trama está a ganhar forma. Deixo aqui a sinopse caso alguém queira apostar nele.
Título: O Ladrilhador
Sinopse: Ramiro é um ladrilhador vesgo que se apaixona pela mulher errada. Maria de Lurdes só tem olhos para Ramiro, Ramiro só tem um dos olhos para Maria de Lurdes. O problema é que esta é casada com Teodoro, um ex-PIDE mau como as cobras que tem um quiosque em Arganil. Ramiro disposto a tudo para ficar com Maria de Lurdes, decide matar Teodoro. O plano corre mal, Ramiro é apanhado pela polícia e condenado a 20 anos de cana. Mas o amor ultrapassa qualquer obstáculo. É por isso que Maria de Lurdes ainda hoje continua a enviar todas as semanas para a prisão, revistas e maços de tabaco. FIM.
Depois digam-me alguma coisa.
A nomeação de Kate Winslet para "Melhor Actriz" também não deixa de ser original. Creio que é a primeira vez que a Academia nomeia uma mulher que está nua em 47% das cenas da película (estive a contar). À parte disso, o seu desempenho passa por estar sentada a ouvir o jovem (e mais tarde o adulto) Michael, a ler para ela ou sentada no tribunal a ouvir o juiz e invariavelmente a responder "sim" e "não", naquilo que considero uma interpretação bastante versátil. Depois de cinco nomeações falhadas, tudo se conjuga para receber o seu primeiro Oscar.
Temos ainda Ralph Fiennes a fazer de Ralph Fiennes. Começo a ficar habituado a ver o Ralph Fiennes a fazer dele próprio porque já o vi a fazer este personagem 14 vezes (estive a contar). O angustiado Fiennes limita-se a gravar a sua voz numas cassetes, a ler os livros que já tinha lido enquanto jovem, à mulher mais velha com quem teve um caso e que agora não tem coragem de ver. Podem não ser momentos de cinema muito excitantes mas também não deixa de ser verdade que Fiennes pode ser considerado o precursor dos audiolivros.
Classificação: PPPP
P Mau
PP Não Satisfaz
PPP Satisfaz
PPPP Satisfaz Bem
PPPPP Satisfaz Plenamente
Se assim se justificar, e até à entrega dos Óscares de Hollywood, mais recensões cinematográficas podem surgir aqui.